VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE UBERABA – MUDANÇAS NA APARÊNCIA

Autores

  • Juliene Silva Vasconcelos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro/IFTM - Campus Uberaba
  • Antônio Bosco de Lima Antonio Bosco de Lima Universidade Federal de Uberlândia Grupo de Pesquisa Estado, Democracia e Educação (34) 3231.3077 (34) 9136.2402 http://lattes.cnpq.br/6516836309161702

Palavras-chave:

Plano de Carreira, Formação, Remuneração, Condições de Trabalho.

Resumo

Apresentamos neste trabalho reflexões que envolvem a valorização do professor da educação básica evidenciam a sua relação direta com a efetiva qualidade da educação, destacando categorias como: remuneração, jornada de trabalho, desenvolvimento profissional, condições de trabalho, formação inicial e continuada. Esta temática, que discute a trajetória profissional do professor é um espaço de intensa interlocução entre os atos normativos de âmbito nacional, destacamos: LDB, de 1996, no art. 67; Lei do Fundeb, em 2007; Lei do Piso, em 2008; e, novo PNE, em 2014, na Meta 17; e local, a Lei n. 133/1998, Lei n.449/2011 e, a Lei n. 501/2015 que constituem os três Planos de Carreira, Cargos e Salários dos Profissionais do Magistério da Educação Básica da Rede Municipal de Ensino de Uberaba/MG. Sua análise, reforça e amplifica o debate sobre a questão dos caminhos para a valorização docente. Assim, este trabalho propõe-se a identificar as mudanças ocorridas nos dispositivos legais de estruturação da carreira do magistério, em Uberaba/MG, do final da década de 1990 a 2020. Metodologicamente, trata-se de estudo de caso, parte integrante de texto de doutoramento, constituído a partir de pesquisa documental, visando reconhecer os caminhos evolutivos do tripé base de valorização: formação, remuneração e condições de trabalho. Ao analisar os dados, por meio de tabela comparativa, podemos constatar sobre a valorização dos professores da rede municipal de ensino de Uberaba/MG: formação (a Lei de 2011 traz a equiparação de formação entre os professores, ou seja, professores com mesmo nível de formação, têm a mesma remuneração; é claro o incentivo à formação – inicial e continuada na última Lei, de 2015, incentivando o desenvolvimento profissional); remuneração (os vencimentos, que na Lei 1998 era conforme capacidade financeira do município e verbas do FUNDEF, a partir da Lei 2011 acompanha a Lei do Piso; a Lei de 2011 apresenta retrocessos em relação a de 1998, que foram retomados em 2015, como por exemplo o fator multiplicador ao salário base ao progredir para cada nível; o extraclasse que antes referia-se a 20% da carga-horária, passa a ser de um terço (1/3) somente na Lei 2015, sendo ignorado na Lei de 2011; a Lei de 2015 acrescenta um sexto (1/6) de repouso semanal remunerado, não identificado nas anteriores; a promoção na Lei 1998 não restringe à finalização do período probatório – já as demais Leis, de 2011 e 2015, coloca esse limitante; a progressão na primeira Lei é bianual e nas demais, é anual); condições de trabalho (a jornada de trabalho foi variável em todas as leis; somente na última Lei, considera-se as condições de trabalho como eixo importante para valorização do professor, em seus princípios legais). Podemos considerar que todo esse movimento legal, indica o amadurecimento na estruturação da carreira dos profissionais da educação, que pouco avança em seus significados efetivos para aqueles estes trabalhadores, mas que por si, constitui-se a essência de luta de uma classe profissional observa nos dispositivos legais a aparência de sua condição.

Biografia do Autor

Juliene Silva Vasconcelos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro/IFTM - Campus Uberaba

Possui graduação em Curso de Pedagogia pela Universidade Federal de Uberlândia (2003), Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (2006) e Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (início em 2017, qualificação em 2019). Atualmente é professora efetiva do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM - Campus Uberaba), da área Educação, ministrando disciplinas pedagógicas nos cursos de Licenciatura, Coordenadora do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Profissional e Tecnológica Aplicada à Gestão de Programas e Projetos de Aprendizagem, Coordenadora de Egressos no IFTM-Campus Uberaba e professora a distância do Curso de Licenciatura em Letra/UAB/IFTM-Campus Parque Tecnológico. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação a Distância, atuando principalmente nos seguintes temas: educação a distância, educação, formação de professores, capacitação de professores, didática, políticas públicas e educação e tecnologia.

Referências

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Publicado

23/11/2020

Como Citar

Vasconcelos, J. S., & Lima, A. B. de. (2020). VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE UBERABA – MUDANÇAS NA APARÊNCIA. Anais Do Seminário De Pesquisa E Inovação Tecnológica - SEPIT, 3(1). Recuperado de https://periodicos.iftm.edu.br/index.php/sepit/article/view/1179